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Ocupação de espaço x identidade regional

Olá pessoal,

Como sabem, estudo identidade regional, e sou uma defensora do estudo regional de comportamento, identidade e valores, pois identifico enormes oportunidades do ponto de vista regional, seja em comunicação, Trade Marketing, Marketing ou na área comercial. Tenho visto esse debate ser levantado com cada vez mais força nas agências e empresa do mercado. Ele é realmente fundamental, e não só quando uma marca tem rejeição ou menor penetração em uma área, pois isso costuma ser o mais óbvio, não é mesmo? O que estou falando é outra coisa, da oportunidade de fazer um trabalho direcionado para um perfil de público, levando em conta determinados valores e respeitando a lógica de compra destes perfis. Já falei sobre esse assunto várias vezes aqui no blog, podem procurar que acharão algumas matérias falando a respeito disso.

Estou de volta ao campo de etnografia no Rio! Como não poderia deixar de ser, um dos locais que tinha que visitar era a Lapa. Fiquei profundamente surpresa com a mudança que se operou neste local nos últimos três anos. Para começar, a Lapa agora foi literalmente invadida por “estrangeiros”. Estou falando sobre aquele espaço da Lapa que fica em volta dos arcos, e que alguns anos atrás era tomado por várias “nações” cariocas. A ocupação não se dá somente pelos “gringos”, se dá também por brasileiros de outras localidades. Na maioria das pessoas que entrevistei, trombava sempre com paulistas, mineiros, muitos franceses, alemães, poloneses, e inclusive alguns cariocas! (Rs). O meu pensamento foi imediatamente: “Nossa! E agora? Esse espaço era o maior representante da resultante que é a afirmação de identidade do carioca, que envolve integração, miscigenação, um pouco de desorganização – que é algo que é até um pouco irreverente e agradável…” Logicamente, fiquei bastante intrigada.

Afinal de contas, se os indivíduos transformam seus espaços socialmente construídos em uma arena de disputa pela apropriação desses locais, a minha primeira pergunta foi: “Identifico claramente os cariocas que se apropriam da Lapa, trazem seus amigos, frequentam as casas tradicionais, aproveitam – aqueles que não gostam de samba – os novos lugares que tocam rock, sala e merengue e etc, mas certamente existem outras tribos que não estão tão presentes neste local. Onde estarão?”

Nesse retorno a campo, vou encontrando novos locais, que estão sendo apropriados, e que refletem claramente o que a Lapa representava alguns anos atrás, como por exemplo, o samba da Pedra do Sal, que está bombando, inclusive pela classe média e alta carioca, e que é totalmente sem estrutura. Inclusive, quando estava lá um dia que choveu, tive a oportunidade de quase sair nadando do local. Mas não se traumatizem por isso! Não deixem de conhecer, pois é um local bastante agradável e integrador.

De qualquer maneira, torna-se evidente o reflexo das mudanças no cenário do Rio de Janeiro, no consumo cultural e na apropriação de espaço dos cariocas, e como cultura está diretamente ligada a consumo, nessa revitalização de meu estudo sobre o carioca, estarei fazendo alguns comentários no blog para os interessados no mercado carioca.

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